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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Meu cabelo é duro, Sr. Luiz Caldas! E eu gosto de pentear e de arrumar!

Lorene, dreads versáteis.


Ainda pensando sobre o maravilhoso site Le Coil, que quem não entrou tem que entrar, continuei as minhas andanças em busca de penteados, cortes e arrumações feitas em cabelos crespos que são interessantes, bonitas, criativas.

Dreads, blacks e flores no cabelo são o nosso lugar comum, é raro ver as pessoas ousando mais que isso, mesmo assim, sei bem o que é impor o cabelão à uma sociedade que pensa que cabelo arrumado são cabelos alisados, palavras de Madame Lambert, minha amiga, artista, pesquisadora e manequim.

Seguem mais imagens feitas no Sarau do Binho (Campo Limpo), na Festa do Boi do Morro do Querosene e no Espaço Urucum.

Desculpem pela falta de nomes em algumas e agradeço aos sorrisos sempre abertos dos modelos.

A busca continua...

P.s.: tenho que melhorar a diagramação, porém acho legal exibir as imagens mesmo assim!

Linda, de tranças. Sempre achei super hoots e ao mesmo tempo delicado, artesanal!


Dreads fininhos, haja amor (Luiz Caldas!).

Dioguis e seus lindos dreads.

Luana e seu black moderado, lindo e cacheado!

Eu adoro este tipo: "sou feliz mesmo!"

O cabelo da Fernanda é um arraso! São uns enroladinhos bem pequenos, lindos!

Vivian, black lindo!

Por que os homens não usam mais os cabelos assim?


Bruno!




Os moços dos dreads variados!

Que importante ela usar os cabelos assim nesta idade e gostar deles!


Tranças simples, muito bonitas!



Este é um chanel!

James Müller, já teve dreads e agora está de black: Funk Como Me Gusta!

Cabelo lindo!


Manoel Trindade e seu black dreadado e uma moça aí.

Indira com laçarote!


Alexandra Ucanda chamosa com lenços.

Luana em um coquê.

Xênia França que muitas vezes sai de cabelos solto fica mais bela com eles envoltos!


Pequenos dreads, quase birotinhos.
O corte do Sidnei do Preto Soul é muito dele!



Luan Luando poeta e cavalheiro.

Fernanda cantora e causadora, cabelos ajudam a causar.

Selma em versão coquê.

Mônica, linda, quem disse que dread não é coisa de mulher?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Fascínio e Repulsa pelas Putas ("Pequenas Putas - P.Ps")

Bom, antes de acrescentar abaixo mais algumas imagens destes trabalhos que iniciei em 2008 e de que tanto gosto e que continuo a pesquisar, gostaria de compartilhar algumas ideias sobre as mulheres de lupanar: vulgas putas.
Dizem que é a profissão mais antiga do mundo e por mais que existam pessoas contra esta prática, assim como os que são contra o comércio de entorpecentes, acredito que elas mantêm certo equilíbrio social. O que seriam de muitos casamentos e lares sem estas mulheres dispostas, muitas vezes, a passar por cima de suas convicções para, em troca de poucos ou muitos trocados, satisfazer desejos e necessidades de muitos?
Existem as que trocam seu corpo por dinheiro para a alimentação, sobrevivência mesmo, e que com estas algumas horas dedicadas aos prazeres alheios, recebem muito mais do que receberiam varrendo, lavando ou passando. E neste vasto leque, também há as que fazem pouquíssimos programas semanais e que passam os demais dias da semana se embelezando, viajando como acompanhantes, comprando belas e caras roupas e incrementando o seu potencial financeiro, seu valor de mercado, o próprio corpo. 
De Madalena à Bruninha Surfistinha, as prostitutas também marcam presença na História da Arte. As primeiras modelos vivos eram, em grande maioria, mulheres de programa. Afinal, quem eram as mulheres de família que se dispunham a tal prática nos séculos XVIII ou XIX? Não tinha Bruna Surfistinha abandonando as regálias de um lar de classe média alta burguês para "manchar" os nomes de família.
Alguns artistas fantásticos as tiveram como modelos, amigas e amantes, creio que um dos casos mais emblemáticos é o do fabuloso (e trágico) francês Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901). Ele frequentava os puteiros franceses e lá observava o cotidiano das dançarinas que, muitas vezes, também faziam programas. Com desenhos construídos a partir de traços decisivos e com cores rosáceas, violáceas e avermelhadas retratava ambientes repletos de sensualidade e ócio delicioso. Sobreposição de traços, de cores em pastel seco e de corpos também. Ah, e as silhuetas destas mulheres eram bem generosas (há outro texto neste blog sobre este assunto). Uma atmosfera única!  



Prostitutas, provavelmente, amigas, amantes de Toulouse Lautrec.

As mulheres representadas pelo espanhol Pablo Picasso (1881-1973), e que mudaram definitivamente o rumo da representação figurativa, desde então, não mais mimese da realidade, também eram prostitutas da Rua D'Avignon, na qual viveu o artista durante certo período em Paris (Les demoiselles d'Avignon). Eram as mulheres que ele observava em seu dia a dia e, sabendo do vida sexual do mestre, talvez, o contato não tenha sido somente visual. A pintura elaborada em 1907 marca o início do movimento cubista devido a desconstrução da representação da figura humana. Pesquisando com minha amiga e historiadora Juliana Ribeiro, a mesma identificou que o rosto representado à direita é, nada mais nada menos, que a releitura direta de uma máscara da etnia africana "Fang". Quando se observam os estudos de Picasso torna-se evidente que nem tudo é referência, há "cópias", quase exercícios de observação. Porém, este é outro assunto, não menos importante, que pode ser explorado em outro texto.


As garotas da Rua D'Avignon de Picasso.

Voltando às garotas de programa, Audrey Hepburn é a prostituta que até as nossas avós amam em Breakfast at Tifanny's (1961), de Blake Edwards. Boa moça, ela não é nada voluptuosa, é linda, mas até sem graça perto das carnes de Toulouse. Não se trata aqui de ter classe, apesar de muitos homens pagarem justamente por esta boa educação. Na internet, há várias imagens de Audrey Hepburn neste filme retratada como se fosse uma obra de Andy Warhol, porém duvido da auteticidade das mesmas.


A prostituta que com a qual até as nossas avós simpatizam.

A artista norte-americana Natalia Fabia, descendente de poloneses e moradora da Califórnia pintou uma série linda de prostitutas. Entretanto, as informações sobre a sua produção são bem difíceis de se encontrar. Estas imagens são da série Hooker DreamEscape, de 2008.



"Hooker DreamEscape", de Natalia Fabia: lindas e coloridas!

Deixando o machismo, moralismo e hipocrisia de lado, devemos admitir que há mulheres que gostam mais que as outras da coisa, como diz uma das fundadoras da grife "Daspu", Gabriela Leite, ex-prostituta, há quem leve jeito para a coisa. Se os homens podem admitir abertamente que adoram sexo e, são criados para dizer que fostam de bunda e de peito, por que a mulherada não pode assumir a sua libido insaciável também, quando for o caso? E, se lhe fizer bem, ganhar dinheiro com isso. 


Nosso país teria um problema a menos com esta profissão regulamentada, com as moças pagando INSS, IRPF, tendo direito a seguro desemprego (acho que não ficariam desempregadas), 13.salário etc. Imagine a receita disso? 

Uma breve homenagem à Divine Brown que só estava trabalhando quando fazia sexo oral em Hugh Grant.


Ela só estava trabalhando.
O fato é que tenho certa admiração por elas, por motivos vários e aqui estão mais algumas P.P.s. Estou pensando seriamente em sair por aí agora, aproveitar que amanhã não tenho que acordar cedo e fotografar umas nas esquinas, na cidade...
As P.P.s são desenhadas com caneta naquim e são pequenas mesmo, não ultrapassam 5 cm. Isto não é apologia, é parte de nosso mundo, estão aí, vamos ver com olhos de observação, quem sabe, contemplação.