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sábado, 21 de janeiro de 2012

Caderno de rabisco 4

Capa do caderno.Drag 2.DragMulher Naja..Fofurinha.
Fofurinha.Drag...Tenho pensado em você.Tenho pensado em você.Cris e AmauriUma orixá.
Anos de 1920.Anos de 1920.Linhas.Línguas e...Smack!Japonesa.
Ilustração para revista O Menelick 2.ato: janeiro, fevereiro e marçoIlustração para revista O Menelick 2.ato: janeiro, fevereiro e marçoIlustração para revista O Menelick 2.ato: janeiro, fevereiro e marçoIlustração para revista O Menelick 2.ato: janeiro, fevereiro e marçoIlustração para revista O Menelick 2.ato: janeiro, fevereiro e marçoIlustração para revista O Menelick 2.ato: janeiro, fevereiro e março
Caderno de rabisco 4, um álbum no Flickr.


Enquanto os projetos maiores como o "Afro Retratos" estão em andamento, faço estes desenhos para pensar, estudar formas, distrair. 


Eles próprios podem se tornar trabalhos autônomos adiante.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um ano de blog e uma certeza: faça a sua ideia se tornar realidade!

O ano de 2012 começou. E começou com muitas ideias para serem colocadas em prática, com muita energia boa girando, pairando. 

A empresa Cubo Preto já esta registrada na Receita Federal, apesar de todos documentos ainda estarem em processo de atualização. Em breve, todos vocês terão acesso ao blog e aos serviços da Cubo Preto. Espero que muitos possam ser colaboradores. Sou muito pé no chão, entretanto, por vezes, tenho a sensação de que vivo num “mundinho de fadas” porque eu acredito mesmo nas colaborações mais do que nas competições, e que tudo seja verdadeiro, e que no futuro possamos ser menos mesquinhos. Amigos me dizem que sou ingênua e sei que talvez seja, prefiro ser assim, apesar de me chatear profundamente com alguns comportamentos de pessoas próximas. Se quiser e precisar e só souber agir, pode passar a perna em mim, provavelmente eu vá perceber tarde mais. 

Desejo dividir esta empreitada que engatinha, com medo de levantar, mas sabendo que terá que se erguer e andar, com todos profissionais responsáveis e interessados que queiram contribuir. Eu acredito! Por meio dela, da Cubo Preto, muito do que se discutiu neste blog em seu um ano de existência que se completa agora em janeiro, será materializado, ou seja, sairá do mundo das ideias, dos planos. Isso é muito importante: que as coisas saíam do mundo dos sonhos, que tenhamos a coragem de tentar e se for o caso, de se estrepar. 

A sensação de vida vivida que é possível não somente por meio das realizações, dos acertos. Contudo, também por meio das tentativas, do que foi caminho para a ideia concretizada, para a efetivação e para o que também não deu certo, para o que foi tentado. Cada vez mais vejo que a vida só faz sentido assim. Pensar na Cubo Preto (veja pagina no Facebook) é ponderar sobre um desejo de viabilização de saberes acerca dos temas cultura, estética e identidade que estão intrinsecamente ligados à produção de arte e, neste caso, com a população afrodescendente.. 

Entretanto, não à produção vazia e mercadológica que tem se alastrado para o bem e para o mal no Brasil. Por um lado é bom que haja uma expansão do mercado de arte, todavia, o que se produz não se discute, não se reflete, e, muitas vezes, sequer adorna. A quais interesses esta produção atende? A uma dúzia de críticos, galeristas e artistas construídos e pinçados a dedo? É para se pensar. E só lavagem de dinheiro? Não é possível saber, porém já podemos apostar em quem ficará para posteridade, quem será lembrado e estudado dentro de poucos e breves 20 anos. Sim, o tempo vai cada vez mais rápido, num piscar de olhos. 

E voltando às realizações, às tentativas, a própria passagem do tempo que, conforme vamos envelhecendo, parece ter uma ligeireza cada vez maior, esta totalmente conectada com o realizar ou nao, ou com a permanência no mundo das ideias e dos sonhos. Ah, sim… Os sonhos morrem, até eles cansam de serem sonhados sempre do mesmo modo, com o mesmo enredo, nunca tendo a chance de protagonizarem a realidade. 

Além da Cubo Preto, outros pequenos sonhos se realizam neste momento como o meu doutorado. Difícil: diferente de impossível. Tudo com medo, mas sem fazer do medo um impeditivo, e sim uma sentimento a ser superado, domesticado. É possível domesticar o medo como quem domestica um cão, um gato, um macaco, depende do medo de cada um…

Li na revista “TPM” (foi a primeira vez que a comprei porque não tinham a “Lola”, que eu aprecio muito), uma matéria genial com a Gabi Amarantos, a Beyonce do Para. A moça tem os pés no chão, sabe o que quer, é muito situada no mundo. Para além dos preconceitos dos paulistanos (como eu um dia fui), que acham que acima do Centro-Oeste nao existe vida inteligente, afirmo que existe. 


Capa de álbum de Gabi Amarantos. Estoura no Sudeste!


Vale muito a pena comprar a revista e ler a entrevista com esta mulher que fala sobre música, oportunidade, moda, padrão de beleza e sucesso, tudo muito coerentemente. Li a matéria sorrindo, feliz, que delícia ver gente assim, sem vergonha de ser o que e, de gostar do que gosta, de buscar materializar as suas ideias, acreditando e investindo nelas para além da opinião alheia: a opinião que importa sobre a minha vida é a minha, no máximo a da minha psicanalista. Este era um sonho dela. Brega? daqui a pouco o conceito vai mudar, vai ser "in".

E isso nao é ser egoísta, pensar somente no próprio umbigo, é pensar a vida de outra jeito. Fazer o bem a si é expandir o bem a quem nos cerca. Nossa, desde a virada de ano que sinto essa energia, faz somente uma semana, mas eu sinto, sinto e agradeço aos familiares, amigos e amor que estiveram comigo.

Em 2012, é isso, vamos erigir estes sonhos, dar forma a cada um deles por mais banais que pareçam aos olhos dos outros. Nao estou roubando, nao estou matando, nao estou ofendendo, nao estou agredindo, nao estou desrespeitando? Esta valendo. O delírio é meu. 

E por falar em delírio, pensei em vários artistas que foram atrás das suas próprias pesquisas, interesses, histórias e nos legaram produções belas, cheias de sentimento, de emoção, de dúvidas, de questionamentos, tão originais e tão únicos.
Este é um texto de início de ano, e por isso, que seja leve, sem grandes elucubrações estéticas, que o escrevo voando, nas nuvens literalmente, rumo a uma materialização que tenho planejado desde 2010: 

I will to return speaking English better than when I came. Oh, yes! Oh, boy!

E no devaneio das ideias, dos sonhos, dos ideais que trago estes artistas pra inspirar 2012, pra trazer emoção pra vida, pra lembrarmos que ela é finita. Adotei pra mim: "eu nao me lembro da minha outra vida, se é que a tive, então, me deixa fazer esta com vontade". 

Vamos sentir 2012 na carne, na alma, no cotidiano, pois, as coisas belas, que nos tocam, estão logo aí, na nossa frente.

O italiano Leonardo da Vinci (1452 - 1519) foi o pioneiro na pesquisa do corpo humano, pensando nas formas e atividades de cada parte que nos torna o que somos. Seus estudos de anatomia sao bem conhecidos. Da Vinci era muito diferente das pessoas de seu tempo, sonhava com maquinas que surgiram centenas de anos depois de sua morte como os tanques de guerra e os helicópteros.
Mais um italiano, Giuseppe Archimboldo (1527 - 1593) pintava pessoas compostas por diversos objetos. Enquanto seus contemporâneos estavam preocupados com os problemas de sombra e luz e representação de passagens bíblicas, ele estava "brincando" e experimentando as formas.
De modo geral, o povo aprecia as produções do mestre Vincent Van Gogh (1853 - 1890). Acredito que muito mais por sua biografia trágica do que por compreender a pesquisa que ele realizou. Alem de ter cortado parte de uma das orelhas depois de uma discussão com o amigo e pintor Paul Gaugin (provavelmente, ele teve um surto, acredita-se hoje que sofria de transtorno bipolar), ele influenciou os artistas que fundaram o movimento expressionista alemão. A sua paixão era a pintura e por mais que tenha vendido somente um quadro em vida, ele fez exatamente o que ambicionava criou.
"Noite estrelada", uma de suas obras mais populares.
Este Paul Gaugin !848 - 1903), bom, ele foi bem radical. Abandonou emprego e família para ir viver nas Ilhas da Polynesia Francesa. Dizem boatos que ele queria mesmo desfrutar das lindas garotas locais. O fato foi que ele desenvolveu um trabalho em cor que se tornou referencia para os artistas do movimento "fauvista", do qual tornou-se fundador.
Cor, vida e sensualidade.
Marcel Duchamp (187 - 1968) digamos que o frances inventou algo como "compre e exponha", ou seja, qualquer produto industrializado poderia, a partir dessa perspectiva ser observado como obra de arte. Isso se chama "ready-made" e o conceito foi desenvolvido na segunda decada do seculo XX. O cara foi genial e, por isso, pouco compreendido neste momento no qual, concomitantemente, Pablo Picasso e Georges Braque pesquisavam  e desenvolviam os conceitos da pintura cubista. Muitas de suas obras foram, literalmente, jogadas no lixo e "refeitas" apos o reconhecimento do artista pela critica norte-americana na decada de 1950. Pode?
"A Fonte" (1917), imagine esta obra sendo apresenta no inicio do século XX e, ainda por cima, com uma assinatura diferente da do artista? Muita gente fica inconformada ate os dias de hoje ao se deparar com este objeto de arte. A partir deste momento começamos a usar o termo objeto para definir a natureza de algumas obras de arte, do qual os artistas brasileiros sao adeptos, indubitavelmente.
Os tais "15 minutos de fama" aos quais todos temos direito nesta época de mídias interneticas e, em breve, intergalacticas, foi uma predição de Andy Warhol (1928 - 1987). Bom, ele foi fantástico como criador e parabólica de seu tempo. Sabia que tem um recurso de modificação de imagem do IPhoto chamado "Pop Art" que confere a aparência de algumas das pinturas criadas por ele para as fotos? Um dos meus preferidos. Realizou filmes de arte e abriu a "Factory" seu ateliê e local de encontro de amigos, todos os fashions de NY davam uma passadinha por la.
Em 1984, o saudoso Michael Jackson estava com a corda toda, Rei do Pop absolutamente. Ao menos nas pistas. O "Pai do Pop" quis eterniza-lo. Awesome!
E como gostava da badalaçao e de agregar gente, Andy Warhol acabou trabalhando com esse lindo que viveu como "homeless" um tempinho. Se encontrasse com ele nas ruas de NY ofereceria minha casa, com certeza: "toma uma banho, come uma comidinha...". Jean Mitchel Basquiat (1960 - 1988) foi artista, musico e poeta e fazia e vendia seus grafites pelas ruas da cidade. Cara totalmente controverso, fora mesmo dos padrões, pode ser considerado pai de vários artistas como o brasileiro Nave Mae, meu amigo e namorado de uma amigona. putz, muito talentoso. Riscos, cores intensas (como ele), colagens, rasgos, tudo isso compunha suas obras. Tinha interesse pela questão histórica da população negra e sua relação com a escravidão. Genial!
Dessacralizando obras de arte consideradas fundamentais para a compreensão histórica desta produção, ele fez a sua própria "Monalisa".
Lygia Clark (1920 - 1988), artista fundamental da historia da arte mundial (sim, sim!!!). Estudou com artistas reconhecidos em Paris, como Fernand Leger (ele tambem foi lecionou para Tarsila do Amaral, nossa "caipirinha"), Primeiro ela tirou as obras de arte da parede; suas formas concretas passaram a ser neoconcretas a partir do manifesto (1959) que desenvolveu em parceria com outros importantes artistas pensando na aproximação entre arte e publico. Depois, ela desenvolveu o conceito das esculturas da serie os "Bichos" (1960), esculturas revolucionarias feitas para serem manuseadas a partir de suas dobradiças. Difícil compreender sua produçao num olhar de relance, afinal difere da pintura, do desenho, propõe experiências sensoriais. Ela representa nosso vanguarda. O que temos de mais sofisticado em termos de pensamento. Chegou a lecionar na Universidade de Sorbonne, na França.
"Bicho" (1960), obra para interagir. Ela que começou com esta loucura, rs. Gente, ainda nao se pode tocar tudo nos museus, certo?
"O Senhor dos Labirintos", o livro da jornalista Luciana Hidalgo, vai virar filme. Ele nos fala sobre a biografia de Arthur Bispo do Rosario (1911 - 1989), que foi marinheiro e pugilista antes de surtar e virar artista. Sem risos, realmente, ele surtou. A sua producao feita na Colonia de tratamento Juliano Moreira, no Rio de Janeiro e possui muitas conexoes formais com a obra de Duchamp. Entretanto, Bispo produziu suas obras para "mostrar a Deus" e nao para uma super exposiçao. A intencionalidade das obras artísticas importa para qualifica-la como tal? O que o artista deseja fazer deve ser considerado? O Bispo: o enigma!
Uma de suas obras, ele tinha series e series de acumulações de objetos com naturezas iguais ou similares.

Desculpem a falta de acentos, se aventurar num novo computador, formatado de outra maneira, ufa, que dureza! Mas, eu queria muito escrever e compartilhar estes pensamentos. Ah, viu quanta maluquice que deu certo? Quando voltar corrijo o texto.E deste meu lugar do agora, da materialização, em breve, portas e janelas de Londres. Que cidade linda!

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